domingo, 7 de novembro de 2010


Coisas que eu sei.

Eu quero ficar perto
De tudo que acho certo
Até o dia em que eu
Mudar de opinião
A minha experiência
Meu pacto com a ciência
Meu conhecimento
É minha distração...

Coisas que eu sei
Eu adivinho
Sem ninguém ter me contado
Coisas que eu sei
O meu rádio relógio
Mostra o tempo errado
Aperte o Play...

Eu gosto do meu quarto
Do meu desarrumado
Ninguém sabe mexer
Na minha confusão
É o meu ponto de vista
Não aceito turistas
Meu mundo tá fechado
Pra visitação...

Coisas que eu sei
O medo mora perto
Das idéias loucas
Coisas que eu sei
Se eu for eu vou assim
Não vou trocar de roupa
É minha lei...

Eu corto os meus dobrados
Acerto os meus pecados
Ninguém pergunta mais
Depois que eu já paguei
Eu vejo o filme em pausas
Eu imagino casas
Depois eu já nem lembro
Do que eu desenhei...

Coisas que eu sei
Não guardo mais agendas
No meu celular
Coisas que eu sei
Eu compro aparelhos
Que eu não sei usar
Eu já comprei...

As vezes dá preguiça
Na areia movediça
Quanto mais eu mexo
Mais afundo em mim
Eu moro num cenário
Do lado imaginário
Eu entro e saio sempre
Quando tô a fim...

Coisas que eu sei As noites ficam claras
No raiar do dia

Coisas que eu sei
São coisas que antes
Eu somente não sabia... agora eu sei.

-Danni Carlos

Anjo mais velho

"O dia mente a cor da noite

E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente...''


- Teatro Mágico

sábado, 21 de agosto de 2010


Tudo,todo,Outono.

A cada muda
Muda uma estaçao,
Gente muda surda
Muda sua pefeiçao.
Na fogueira da beleza
a vaidade queima sem dó
Uma natureza tão sóbria
Tão doce.
A tona.
A toa.

Mil e uma folhas secas e cansadas,
Caem uma por uma
Fio por fio.
Deixando sua cor marcada,
Assim,cato essas folhas escolhidas,
Escondidas,
Talvez por esses ventos,por ai, porventura,
Por amor a nada.

Faço minha pirraça em nome do amor
Ao ponto de tardar meu dia
Sou dono desses campos.
Dono de seus prantos
Por fim dono de sua dor.

Cai uma ou duas tardes,
Onde restos nao me convem.
Minha ambiçao falou mais alto,
Outono falece.
E com ela ,o improprio também.


sábado, 7 de agosto de 2010


O Som do Silêncio

Olá escuridão, minha velha amiga
Eu vim para conversar contigo novamente
Por causa de uma visão que se aproxima suavemente
Deixou suas sementes enquanto eu estava dormindo
E a visão que foi plantada em meu cérebro
Ainda permanece
Entre o som do silêncio

Em sonhos agitados eu caminho só
Em ruas estreitas de paralelepípedos
Sob a auréola de uma lamparina de rua
Virei meu colarinho para proteger do frio e umidade
Quando meus olhos foram apunhalados pelo lampejo de uma luz de néon
Que rachou a noite
E tocou o som do silêncio

E na luz nua eu vi
Dez mil pessoas talvez mais
Pessoas conversando sem falar
Pessoas ouvindo sem escutar
Pessoas escrevendo canções que vozes jamais compartilharam
Ninguém ousou
Perturbar o som do silêncio

"Tolos," eu disse, "vocês não sabem"
O silêncio como um câncer que cresce
Ouçam minhas palavras que eu posso lhes ensinar
Tomem meus braços que eu posso lhes estender"
Mas minhas palavras
Como silenciosas gotas de chuva caíram
E ecoaram no poço do silêncio

E as pessoas curvaram-se e rezaram
Ao Deus de néon que elas criaram
E um sinal faiscou o seu aviso
Nas palavras que estavam se formando
E o sinal disse, "As palavras dos profetas estão escritas nas paredes do metrô
E corredores de habitações"
E sussurraram no som do silêncio.

sábado, 10 de julho de 2010


Viva Cazuza.

Poeta sonhador
Estrela guia do menor ao maior abandonado
Confuso exagerado por natureza
Apaixonado por acaso.

Simplismente O cara.
O tempo nunca parou pra ele
E até o final levou o sentimento de cada um
e o rasgou com gosto e com vontade
Letras explosivas à indecifravel melodia
Fazia milagres com suas ideologías.

Maladragem era seu sobrenome
Um codinome, uma sombra com um toque leve.
Como um beija flor.
Ao meu bem o nosso amor.
e a poesia seu perdão.

Voz pouco tecnica.
just a la cajú.
Tudo era invençao
Tudu era arte.
Arte de alguem sem muita noção.

Envenenado pelo amor.
Sentiu na pele a desgraça da dor.
Enfim, a alegria da morte,e sua vida se esvaiando a cada suspiro.


Mas nem por isso foi possuido pelo medo.
Encarando como mais um obstáculo.
A paixão por viver era maior que qualquer outra coisa.
Foi a luta.

Era por essa e outras que eu o admiro.
E queria que ele soubesse que nao está sozinho.
Que há muitas alem de mim com uma parte do coraçao reservado pra sua alma.
E pra tudo que ele foi,é, e fez na vida,
Eu agradeço,
Sentimos sua falta Cazuza.

Nosso poeta exagerado.









quinta-feira, 8 de julho de 2010


O quarto.


Não existe nada vivo
Dentro desse quarto
Todo dia eu pego o medo
Meço, mato e guardo




quinta-feira, 24 de junho de 2010


Café pra dois.

Sirva-se.
E me fale de todas as suas bobagens.
Mais açucar?
Está ficando doce demais.
Não jogue conversa fora.
Continue a me fazer rir.

Meu cigarro apagou com a chuva forte .

Então peça a sua conta que eu peço a minha
E quando me julgar de idiota, a conversa já acabou.
Não tenho trocados, faça-me o favor,
e nao se machuque.
Assim que funciona um café pra dois.

Agora sinto de verdade oque você é.
Morna.